Nos últimos anos o que mais tem chamado a atenção de pais, professores e pesquisadores são grupos de jovens em todos os lugares do mundo que leem mangás, assistem animes e jogam games. Sim, assistem animes praticamente o dia todo, colecionam mangás, falam ou teorizam sobre animes e até andam com roupas baseadas em seus personagens. Aos olhos dos mais velhos, esses grupos parecem que não têm mais nada a fazer do que colocar animes, mangás e games no centro de suas vidas. Mas o público adulto, incluindo universitários, também tem demonstrado interesse no tema, gerando trabalhos e/teses sobre o assunto.Para você, professor(a), orientador(a) de trabalhos universitários ou pais de crianças e jovens é muito importante saber o que representa este fenômeno de comunicação que, enquanto mercado, é um dos alicerces da cultura de entretenimento do Japão, atingindo ali tiragens milionárias.
quinta-feira, 31 de maio de 2018
domingo, 27 de maio de 2018
O que primeiro vem à mente quando se fala em quadrinhos é a sua produção editorial, seja em forma de revistas (os gibis) ou em jornais (charges, cartuns e tiras). De fato, a popularidade dos quadrinhos ocorreu devido a essa produção, a princípio impressa, sua divulgação e comercialização em escala industrial, chegando praticamente a todos os quadrantes do mundo. O leitor comum não tem muita noção sobre isso, mas o que move a indústria das HQs são os esforços conjuntos de profissionais que, muitas vezes, nem sequer se conhecem, não têm contato entre si ou vivem em locais, culturas e países diferentes. Foram os quadrinhos os primeiros a incorporar a padronização de conteúdo, pois precisavam atingir públicos diversos em várias partes do mundo e, para tanto, abordar temáticas que não afastassem segmentos do público, mas que os atraísse. Também estiveram na vanguarda da globalização econômica nos processos de produção, buscando alternativas que garantissem a sobrevivência de seus produtos em um mercado competitivo. Já na década de 1960, revistas em quadrinhos distribuídas na América Latina eram produzidas no México, onde a indústria editorial estava mais organizada e os custos de produção eram menores.A popularidade das histórias em quadrinhos também concorreu para que surgisse uma “desconfiança” quanto aos efeitos que elas poderiam provocar nos leitores. Isso ocorreu porque, a partir do aparecimento das revistas em quadrinhos, na década de 1930, e sua disseminação massiva, com centenas de aventureiros de todos os tipos, abrangendo heróis mascarados, super-heróis, personagens antropomorfizados, crianças travessas, cowboys, exploradores interplanetários, de ambientes selvagens, as narrativas em quadrinhos passaram a se voltar quase que exclusivamente para crianças e adolescentes. Estes, segundo a visão que predominava nesse período, eram seres frágeis, altamente influenciáveis, que cediam facilmente ao que recebiam por intermédio dos quadrinhos, tendendo a reproduzir aquilo que mais os impressionava. Muitas pessoas ficaram em dúvida sobre as aventuras fantasiosas das páginas das revistas em quadrinhos e se perguntaram o quanto elas poderiam afastar seus filhos e alunos de leituras consideradas de maior profundidade (livros literários, por exemplo), dificultando seu caminho para um amadurecimento sadio. Essa preocupação representou um impedimento para a entrada dos quadrinhos nas salas de aula, banimento que ocorreu muitas vezes de forma violenta e repressora.
terça-feira, 22 de maio de 2018
Quem nunca leu ou reparou naqueles desenhos
que são publicados nos jornais e revistas e,
mais recentemente, disponibilizados em blogs ou
enviados para nossas caixas de mensagem mostrando
situações do dia a dia da política e da nossa
sociedade de modo geral?
Quem nunca riu ou ficou pensativo – às vezes
até indignado e/ou revoltado – diante de
algumas dessas imagens? Certamente você já
sabe do que se trata. Sim, estamos falando de
charges e cartuns.
quarta-feira, 16 de maio de 2018
Atire a primeira pedra quem nunca leu uma tira de quadrinhos antes. Ela é tão popular que merece sempre um capítulo próprio na história da história em quadrinhos. Muitos personagens famosos surgiram nelas: Fantasma, Tarzan, Mandrake, Recruta Zero, Snoopy, Garfield, Hagar, Calvin e Haroldo, entre tantos outros que poderiam ser citados. No Brasil, vale registrar, Mônica e Cebolinha também fizeram suas estreias em tiras, lá no comecinho da década de 1960, quando ainda eram publicadas em preto e branco. Por serem tão conhecidas, não é de estranhar que sejam sempre utilizadas em sala de aula e em materiais escolares. Quem já folheou algum livro didático do ensino fundamental, em particular os de português e os de línguas estrangeiras, sabe bem do que estamos falando. Elas são muito comuns nas páginas desses materiais. Um dos motivos dessa predileção pelas tiras no meio escolar pode estar relacionado aos jornais. Foi lá que essas histórias circularam durante décadas, comportamento ainda visto nos dias de hoje. Não é coincidência a presença de muitas dessas sé- ries impressas no ensino. Como muitos dos autores de materiais didáticos não são leitores habituais de revistas em quadrinhos, onde encontrariam, então, produções assim para levarem à sala de aula? Nos periódicos jornalísticos, é claro. E agora também na internet. Afinal, quantas e quantas tiras não são compartilhadas nas redes sociais diariamente? Elas são sempre um convite para se tornarem tema de alguma discussão a ser levada aos alunos em sala de aula. Ainda mais porque esse tema vem carregado de humor, já que a maioria aborda os assuntos com uma boa dose de comicidade. Mas essa é apenas a ponta do iceberg. Há muito mais a ser dito sobre elas. Como tudo na vida, quanto mais se sabe a respeito, mais eficazes são as chances de uma abordagem bem sucedida. Ainda mais se o foco é entender melhor as tiras para poder pensar em formas de como trabalhar melhor com elas no ensino. Vamos, então, aprender um pouco mais sobre o assunto?
domingo, 6 de maio de 2018
Apesar das muitas possibilidades narrativas que a linguagem das HQs permite, muitos ainda pensam que existe somente um tipo de narrativa nas histórias em quadrinhos. E isso se deve, em parte, por termos como referência os padrões de quadrinhos produzidos pela indústria de entretenimento. Esses padrões são hegemônicos e avessos a experimentações, seguindo a lógica “em time que está ganhando não se mexe.” Nas artes, no entanto, o constante experimentar é fundamental.
os quadrinhos, como ocorreu com outras manifestações
artísticas e literárias (romances policiais,
fi cção científi ca, literatura fantástica etc.),
serem vistos na particularidade de sua estrutura
gráfi co-narrativa e analisados sob uma ótica pró-
pria, mais positiva.
Esse olhar sobre os quadrinhos, é certo, se
tornou mais simpático. E, por sua vez, as HQs
também evoluíram. Mesmo se considerarmos
apenas o produto ou formato que mais dissemina
a linguagem dos quadrinhos, ou seja, as revistas
periódicas ou gibis, constataremos o avanço
gráfi co e temático, apresentando tramas mais
bem elaboradas e uma maior exploração dos
aspectos artísticos, além de seu refi namento. O
próprio desenvolvimento e sofi sticação do meio,
bem como sua participação no ambiente de convergência
das mídias, exigiu a presença de artistas
mais talentosos, capazes de responder à altura
das demandas complexas da indústria como
das exigências de um consumidor mais integrado
às mídias e atualizado sobre as produções,
os autores, os personagens e o desenvolvimento
temático dos quadrinhos.
A percepção daqueles que não tinham familiaridade
com as HQs só veio confi rmar aquilo
que, para os amantes do meio, fazia parte de sua
realidade de leitores e produtores, que enxergavam
os produtos da chamada Nona Arte como
instrumentos para a transmissão de conhecimento,
instrução e preceitos educativos. Revistas em
quadrinhos de caráter educacional, como True
Comics, Real Life Comics e Real Fact Comics já
existiam desde a década de 1940 nos Estados
Unidos, trazendo antologias sobre personagens,
histórias, fi guras literárias e eventos históricos.
Em outros países, essas revistas em quadrinhos
também foram comuns, como na Itália (onde a
Igreja Católica utilizou a linguagem dos quadrinhos
para divulgação da vida de santos), e aqui
no Brasil, onde o editor Adolfo Aizen publicava
revistas que contavam a história do Brasil e a
vida das fi guras históricas brasileiras.
A aproximação dos quadrinhos com artes,
até então, mais conceituadas, como a literatura,
por exemplo, foi feita nas revistas da série
Classics Illustrated, hoje considerada cult, dedicada
à adaptação de obras literárias importantes
para a linguagem quadrinística. A linguagem dos
quadrinhos foi também utilizada politicamente,
como aconteceu na China de Mao Tsé-Tung, em
que campanhas educativas foram desenvolvidas
com a linguagem gráfi ca sequencial, visando reproduzir
a ideologia dominante, e, no México,
onde agências governamentais a utilizaram em
campanhas de educação popular. Além disso, a
linguagem dos quadrinhos serviu e continua a
ser utilizada para apoio técnico no treinamento
ou instrução de pessoal em funções especializadas,
como soldados ou operários fabris. Em nível
mais avançado, as últimas décadas evidenciaram
a adequação dos quadrinhos para a transmissão
de mensagens que enfocavam áreas como a fi losofi
a, a psicologia e a economia.
Com tudo isso, não admira que as histórias
em quadrinhos também passassem a ser utilizadas
em livros didáticos. No Brasil, isso ocorreu a
partir da década de 1960, quando algumas editoras
desse tipo de obras contrataram autores para
desenvolver, em quadrinhos, parte do conteúdo
de seus livros. Daí, para os quadrinhos invadirem
as provas de vestibular e serem considerados pelas
autoridades governamentais como benéfi cos instrumentos para a transmissão de conhecimenao
processo de ensino, foi apenas um passo.
sábado, 5 de maio de 2018
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